quinta-feira, 28 de maio de 2009

Pais e Filhos II

[...] Nesse momento ela já não podia escrever mais nada. Sua mão parou. Seus olhos ficaram vidrados.
II

Um barulho vinha da porta. Ela permaneceu imóvel. Tinha ainda a caneta entre os dedos e os olhos fixos na maçaneta, que se mexeu mais uma vez.
Fez um esforço para tentar responder, mas a voz parecia se esconder dentro dela.
E a maçaneta cada vez mais insistente, se mexia freneticamente agora. E agora? Tudo que havia planejado para aquela noite iria por água abaixo naquele momento? Faltava tão pouco, ela estava tão perto. Se não fosse o sentimentalismo repentino, ela já teria consolidado o objetivo. Ninguém podia presenciar, nem sequer fazer idéia de seus planos - porque se tentassem impedí-la, não teria forças para resistir.
Jogou a carta no chão - para baixo da mesa - e tentou fechar a janela, mas a batida impaciente da porta já não lhe dava mais tempo. Desesperada, ela levantou rapidamente e abriu a porta. Era seu pai. "Vim só te dar um beijo", e a deu um beijo na testa acompanhado de um abraço - o corpo frio da menina amoleceu com o calor do pai. Retribuiu o abraço. Podia ouvir o coração do pai bater próximo de seu rosto. Ficou ali por alguns minutos, imóvel, inerte. Não pensava em mais nada, só aquele momento bastava.
Afastou-se, então. Olhou no fundo dos olhos do pai com um olhar de súplica e desespero, que o pai respondeu com um sorriso. Aquele sorriso teve nela o mesmo efeito o vento: entrou em seu corpo e já não poderia mais sair de sua memória. O pai se afastou lentamente, como se o mundo estivesse girando mais devagar que o normal.
Voltou para o quarto, trancou a porta e deixou seu corpo escorregar. No chão, ela chorou.
As lágrimas jorravam de seus olhos sem que pudesse controlar.
Correu para a cama e sufocou um urro de sofrimento com o travesseiro. Não podia deixar que a ouvissem chorando, mas também não podia deixarde chorar. Apertou ainda mais forte o travesseiro contra o rosto vermelho de choro, e tirou forças do âmago do seu sofrimento para gritar mais um vez por entre as lágrimas que teimavam em cair pelo rosto.
Foi demais.
O ar parecia faltar, viu-se desesperada, mas não largou o travesseiro.
E então, toda força se esvaiu, o corpo amoleceu, o choro finalmente cessou e tudo parou.


Continuua!

E aí? ;S

http://twitter.com/TuaniCarvalho

http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=5189118249137515748&rl=t

9 comentários:

Naaati disse...

Tutti,

seu texto ta ficando cada vez melhor!
eu to imaginando o fim..

ja disse 50 vezes que voce escreve muito bem!
tenho orgulho disso..
Vamos trabalhar juntas ainda!
ahh vaamos!

te amo

beeeijo

Dadey Pontes disse...

Seu blog tá simples Menina.. mas tá muito bonitoo..
seguirei e comentáreii..

Marcelo disse...

Ah Maravilhosa
NO WORDS TO DESCRIBE

você escreve muito
bem, e eu vejo a sua paixão nisso
parabéns
e quero o último capítulo logo! :~

beijo, te amo

Daniel disse...

esperando a continuação ...

Fernanda disse...

continua :D
eu gostei =)

Willian Ferreira disse...

Já te disse que não curto contos. Mas esse ficou bem escrito, consigo imaginar perfeitamente as sequências. E a história é de novela. *-*

Giucs disse...

vc escreve mto bem!
adorei essa segunda parte.. e to ansiosa pra terceira!
nem vou pensar no q vai acontecer pra não estragar ;p

repito:
Tutti escritora!
continuaa!

Wanessa Lins disse...

Parabéns pelo seu blog! O texto ficou ótimo!

Sucesso

;***


Beijos

Cesar Higashijima disse...

Muito bacana! quero ver a continuação!!

ps.: gostei do "lado-cocacola" rsrs!

bjs

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