terça-feira, 2 de março de 2010

PLAY > Sobre Sexo, Mentiras e Videotape.


A peça inspirada no filme de Steve Soderbergh chegou a São José dos Campos no final de semana passado para uma temporada de três finais de semana.
Fui prestigiar o espetáculo no domingo passado, e fiquei totalmente encantada com o que vi.
Uma peça moderna, com um texto maravilhoso, muito humor e que, ao mesmo tempo que te faz rir, te faz pensar.. refletir sobre verdades e mentiras.
O espetáculo conta com recursos como, claro, videotapes e constantes mudanças na disposição do cenário, dando realmente um ar de modernidade além do texto também muito bem construído e atual.

Por ter feito teatro por tantos anos, acho que desenvolvi uma capacidade de me envolver muito facilmente com tudo que vejo no palco. Cada cena, cada fala, cada respiração, me colocava junto aos atores, na história.
Quando decidi ir ao teatro, sinceramente não sabia o que esperar. Não sabia exatamente do que se tratava a peça. Fui descobrindo aos poucos, à medida que o enredo ia se desenvolvendo.
Não vou ficar aqui falando da história, porque, acho que vocês devem ir assistir à peça da mesma maneira que eu fui: sem saber o que lhes aguarda. Isso te força a prestar atenção em cada detalhe, e logo, você estará envolvido com a trama.
Resolvi escrever, e atualizar esse blog há muito tempo abandonado por pura preguiça, por que voltar ao teatro me inspirou.
À medida em que as cenas iam acontecendo, milhares de pensamentos iam pipocando na minha cabeça, e eu precisava compartilhar com alguém, de alguma maneira. E como não é todo mundo que está disposto a ouvir, e muito menos, é capaz de compreender o que eu sinto, escolhi desabafar aqui.. onde eu escrevo, vocês lêem se quiserem.
Enfim, como eu já disse, fiz alguns anos de teatro, e aprendi a amar essa.. arte. Teatro é arte.
Pra muitas pessoas é dificil enxergar assim, pra muitos, "arte" é quadro e escultura. Mas teatro é sim uma arte.
Acho que nada me encanta tanto, me desperta tantas emoções e tanta inspiração quanto o teatro.

Eu saí de casa numa noite fria e chuvosa - e só eu sei o quanto isso me deprime, o quanto dias cinzas e frios me deprimem - para assistir Play, e saí de lá..feliz. Não sei se feliz é exatamente a palavra, mas eu podia ver beleza e cor em tudo.
A peça, de fato, não é colorida. O cenário e os figurinos, em sua maioria, tem cores neutras e discretas. Mas o teatro é colorido. O teatro me traz vida.
O teatro É vida. "É a poesia que se levanta dos livros e se faz humana". Podemos nos enxergar no palco.
Eu, na plateia, ria, me surpreendia, e por vezes quase chorei. E tenho a convicção de que uma peça, ou um filme atingem seu objetivo quando conseguem proporcionar emoções a quem assiste. Eu não sou crítica, assisto como admiradora da arte, apenas. Sou uma pessoa comum, que sente, que se emociona e se envolve.
Play me envolveu. Eu entendi a história, observava cada detalhe, relacionava as cenas, admirava as atuações - excelentes, por sinal - tentava desvendar os mistérios que cada personagem guardava dentro de si.
Saí do Teatro Colinas renovada. E precisava compartilhar isso com alguém.
Mesmo que ninguém leia, eu preciso sentir que desabafei.

PS: "Play" no Teatro Colinas dias 6 e 7 de março.
Sábado às 21h e Domingo às 19h.
R$20,00 a meia entrada.
Não percam. :)

@TuaniCarvalho

2 comentários:

@im_par disse...

"uma peça, ou um filme atingem seu objetivo quando conseguem proporcionar emoções a quem assiste"

é isso que nos faz realizados talvez. conseguir passar pra platéia uma sensação que voce batalhou pra expressar durante mil ensaios, fazê-los acreditar que você sofre, ri, é vilã ou vítima, envolver quem assiste à uma personalidade criada por você...
compartilhamos o mesmo amor (:

Marcelo disse...

o que acontece com você no teatro, acontece comigo na dança. dá pra perceber fácil né? infelizmente não tive como ir ver PLAY, mas o próximo teatro que tiver para ir, iremos juntos.

compartilhar o nosso amor à arte,
@marceloorcioli

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